quarta-feira, fevereiro 25, 2004

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Ontem, terça-feira, fui dar um passeio ao campo. Como o Sol fez o favor de aparecer, até me repimpei todo a beber o biberão ao ar livre. Teria sido perfeito não fosse a minha mãe pregar-me uma partida de carnaval: em dada altura comecei a protestar por não me darem de comer. Lá fizeram o favor de se levantar e foram à cozinha aquecer o leite. Minutos depois apareceram com o biberão e eu comecei a chupar. E posso afiançar que me esforcei, mas aquilo não dava nada. É claro que me irritei e, apesar de dizerem que os homens não choram, estive-me a marimbar para o ditado. Abanaram o vazilhame, olharam para a tetina, uns diziam que o leite corria porque viam bolinhas, outros dizam que o barulho não era o do costume. De repente, se calhar já farta de gozar comigo, a minha mãe, abriu o biberão e tirou a tampinha branca que estava a impedir o leite de passar. Sinceramente não sei o que hei-de pensar: terá sido brincadeira ou foi mesmo incompetência?

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

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Amanhã, terça-feira de carnaval, gostava de me mascarar de gatinho. Com aqueles bigdes desenhados a carvão e tudo... Mas como ainda não sei dizer miau acho que os meus pais não me vão fazer a vontade. Ainda por cima soube que a Mariana já tem a máscara pronta. Não sei se estão a ver eu de gatinho e ela de gatinha, ia ser só ronronar... Manel

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

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Hoje tive outra vez ordem de soltura. E vocês já estão a perguntar onde é que eu fui: ao Centro de Saúde. Onde é que havia de ser? Não sei porquê, mas os meus pais devem achar que se eu fôr muitas vezes a um sítio que tem no nome «saúde», isso há-de ser coisa que não me vai faltar... Lá me obrigaram a despir, meteram-me em cima de uma balança, esbracejei um bocadito e, depois de algumas considerações, lá veio o veredicto: 4,870 kg. Parece que não está mal. Já falta pouco para ter o peso do meu pai que é um lingrinhas. A propósito disso tive ser eu a perguntar se não se tinha esquecido do envelope para o dr. João Adélio. E não é que se tinha mesmo esquecido. Espero que isto da memória não passe de pai para filho, porque corro o risco, um dia destes de não saber de que terra sou. Manel

domingo, fevereiro 08, 2004

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Quinze dias depois estou de volta. Fui fazer umas férias forçadas ao Hospital de Portalegre, mas agora já estou em forma. Este tempo é que não ajuda. Tão depressa está um calor primaveril, como está frio e nevoeiro. Mas o que hoje quero dizer é que devo ser um rapaz com sorte: desde o primeiro momento em que comecei a tossir e fui visto no Centro de Saúde de Avis, até à minha saída do Hospital todos os técnicos de saúde que andaram comigo ao colo foram de uma dedicação e profissionalismo a toda a prova. Obrigado, por isso a todos eles. De facto, o nosso sistema de saúde pode deixar muito a desejar, mas resta-nos o consolo de termos pessoas – que muitas vezes sem o mínimo de condições de trabalho – se esforçam para fazer o melhor. Manel