quinta-feira, março 31, 2005

Mas alguém me pode explicar ?
(título roubado ao poolman)

A selecção nacional, ontem, em Bratislava, no onze inicial tinha seis atletas que jogam fora de Portugal, três do FC Porto, um do Sporting e um do Benfica.
Ora como toda a gente sabe, neste momento, o FC Porto anda pela hora da morte quedando-se num penoso quinto lugar, enquanto o Benfica passeia alegremente a sua classe, destacadíssimo, no primeiro lugar.
E já nem sequer falo do causador do pénalti – que também já foi do Porto – porque o rapaz, apesar de tudo, começou a jogar à bola no Estoril-Praia, clube que me merece (cada vez menos, mas enfim...) muita consideração. E o Miguel que neste momento é «só» o melhor defesa direito da Europa? Será por ser do Benfica que tem de começar o jogo no banco?
E que dizer, da opção do técnico nacional quando preteriu o meu homónimo Manuel Fernandes, e pôs aquele rapaz a quem no norte chamam ministro e na selecção chamam capitão.
Deve ser uma nova táctica de motivação psicológica: se jogas bem e marcas golo, no próximo jogo ficas no banco.
Assim não admira que não haja na «equipa de todos nós» quem queira chutar à baliza.

quarta-feira, março 30, 2005

Eles «andem» aí

Na noite de segunda para terça-feira, o bar da sede de «Os Avisenses», teve a visita de amigos do alheio. Introduziram-se nas instalações por arrombamento, e levaram o que puderam e quiseram: tabaco e dinheiro das máquinas. Depois de um tempo sem notícias de assaltos (e assaltantes) eis que eles estão de volta.
E, já agora, alguém sabe se os responsáveis pelo assalto aos Paços do Concelho, há meses atrás, já foram identificados?

terça-feira, março 29, 2005

Autárquicas já mexem

Já há, pelo menos, um candidato anunciado para Avis. Quem quiser saber qual, carregue aqui.

segunda-feira, março 28, 2005

Futebol com humor

Luís Afonso e Ricardo Galvão (A Bola) e Carlos Laranjeira (Record) vão ter os seus trabalhos expostos nas instalações da Casa de Cultura, no Largo Serpa Pinto, 11, em Avis.
A inauguração é dia 2 de Abril, às 16 horas, e a organização é dos Amigos do Concelho de Avis - Associação Cultural e da Casa de Cultura de Avis.
É uma oportunidade única para «cravar» a qualquer um destes cartoonistas um desenho original, já que a organização conta com a presença dos autores na inauguração.
São cerca de 60 «bonecos» a dar na cabeça de tudo o que é gente no mundo do futebol. Mas de forma desportivamente correcta: tanto leva o Porto, o Sporting e (vá lá desta vez...) o Benfica.
Espaço Internet

Demasiados e inadiáveis afazeres, impediram-nos de assinalar aqui a inauguração do Espaço Internet, em Avis. A casa – um antigo talho – é propriedade da autarquia e foi completamente recuperado (diga-se com muito bom gosto) pelos técnico e operários da Câmara Muncipal.
Assinalo alguns pormenores que me agradaram particularmente; a reconversão da pedra do balcão do talho; o chão em madeira de sobro; e as «armas» pintadas nas paredes. Na ocasião, o presidente Manuel Maria Coelho, anunciou ainda, entre outros programas para os mais jovens, a criação do cartão do munícipe para os mais idosos. Espera-se a todo o momento que «Jalisco, o galo» – que desde sempre «exigiu» esta medida – diga de sua justiça...
O Pastor Alentejano

A comunidade «bloguêra» de Avis não pára de crescer. Se acontecesse o mesmo com as pessoas, estava o problema da desertificação resolvido... Desta vez é o Jorge Traquinas que dá a voz (ou os dedos) ao manifesto. Ainda só tem o post de apresentação, mas como a Lareira está em obras de remodelação, é de prever que durante a semana tenha tempo, ele e as suas ovelhas, para escrevinharem qualquer coisa. Força nisso, e tenta manter o rebanho junto...
É muito fácil matar...

D. Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, aproveitou a mensagem pascal para fazer algumas referências às questões do aborto e da eutanásia. Disse na ocasião que «hoje em dia se mata com muita facilidade, por motivos económicos e políticos». É verdade. Só é pena que quando se trata de matar a fome a milhões de necessitados por esse mundo fora, as coisas não sejam assim tão fáceis, e não haja tanto empenho em denunciar a situação.
Protesto dura há um mês

É com o título acima que Maximina Nobre volta a ser notícia, desta vez nas páginas do Correio da Manhã. Alexandre M. Silva, da delegação do CM de Évora, informa que o processo disciplinar começará a ser julgado na próxima quinta-feira pelo Tribunal do Trabalho, em Portalegre. Para ler tudo, carregue aqui.

domingo, março 27, 2005

Autárquicas já mexem

Depois do frenesim das legislativas, aí estão as autárquicas. Não muito longe de Avis, no Redondo, Alfredo Barroso, sem a confiança política do partido, vai apresentar-se como independente, protagonizando uma luta fratricida entre comunistas, e, ainda mais perto, em Sousel, as candidaturas são mais que muitas. São de esperar as três listas do costume (PSD/CDU/PS) mais as duas independentes já anunciadas: uma encabeçada por João Ruivo, e outra, do ex-presidente da Câmara, eleito pelo PS, Emílio Sabido.
Chegou aos ouvidos de «O Maranhão» que por terras do Mestre – quem sabe se influenciados por esta onda independentista – também há quem esteja apostado em reunir uma lista de cidadãos para concorrer à Câmara e à Assembleia Municipal (AM), com a particularidade de a lista que elege o presidente ser composta única e exclusivamente por mulheres, e a da AM só integrar elementos do sexo masculino. Dado a lei exigir um certo número de proponentes eleitores no concelho, não tardará muito para termos a certeza, desta, por agora, hipotética candidatura...



Comentários por mail ao post acima


A pluralidade sempre foi um catalizador da democracia.
Uma lista à Câmara Municipal de Avis protagonizada por mulheres é de louvar. Direi mesmo, que é preciso ter «um grande par de t...». Força mulheres. Os machos nunca vos abandonarão.
jr



Quase que aposto que o Canto do Cisne é um blog de Avis. Mas, como isto da blogosfera é, por enquanto, o espaço mais livre do planeta terra, interessa, acima de tudo, ter em conta as opiniões de quem quer que as escreva. E ele(a) tem opinião sobre o post escrito em cima. Basta carregar no nome do site.

quarta-feira, março 16, 2005

Terras da Justiça

Aquelas que provavelmente são as melhores pastagens de todo o Alentejo estão a criar uma 'guerra' entre agricultores. Pertencem ao Ministério da Justiça, situam-se nas freguesias de Vila Fernando e Barbacena, concelho de Elvas, e, no início do ano, foram cedidas gratuitamente aos agricultores de Vila Fernando.

Este é o primeiro parágrafo de uma notícia do «Correio da Manhã», transcrita pelo «Portal Alentejano».

Mas porque raio é que o Ministério da Justiça é proprietário de terras – ainda por cima com aproveitamento agro-pecuário?

Se já não há «trabalhos forçados» e se os juízes e outros oficiais de justiça não pastam, porque carga de água têm eles terra?

E, pelo que julgo saber, no Largo do Convento (em Avis) algum do património edificado também é pertença do mesmo ministério.

Correndo o risco de usar linguagem menos própria para a época, atrevo-me a dizer que era bom que o Estado desse «a terra a quem a trabalha» e os imóveis desocupados a quem deles possa tirar proveito ...

segunda-feira, março 14, 2005

ler jornais é saber mais

Falemos de coisas sérias

Segundo o DN e o site Portugal Diário «oAlentejo tem a taxa de suicídio mais alta do mundo.» O «fenómeno» tem especial incidência entre idosos do sexo masculino, em que a taxa de mortalidade atinge os 24 em cem mil habitantes. Por isso os especialistas não conseguem perceber o que leva alguém de idade já avançada e perto do fim a ter tanta pressa.
Paredes-meias com o Alentejo, na Andaluzia, a taxa de suicídio é uma das mais baixas da Europa, diz o Diário de Notícias.

O Alto Alentejo é a segunda região do País onde mais gente mete termo à vida, atingindo um rácio de 18 mortos por cada cem mil habitantes, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
Segue-se o Algarve, a Lezíria do Tejo e o Oeste, com 14,4, 14 e 13,2, respectivamente. O Grande Porto é a região onde se cometem menos suicídios (0,5). O Norte apresenta taxas baixas, sendo no Alto Trás-os-Montes onde número é maior, com 3,2. Lisboa chega aos 7,5, Açores tem seis mortes por cem mil habitantes, e a Madeira três.


O «fenómeno», forma usada pelo jornalista para retratar esta triste realidade, não é, certamente, por causa dos nossos idosos terem ao fim de tantos anos de trabalho, uma vida fácil. Às dificuldades económicas e problemas de saúde (e de cuidados de saúde), junta-se, a maioria das vezes, o isolamento fruto do afastamento dos familiares mais novos que foram obrigados a partir para a grande cidade ou para o estrangeiro.

O combate à desertificação é, por isso mesmo, a prioridade das prioridades.

quinta-feira, março 10, 2005

O'neill por O'neill

Pula pula
......................g
Como o g da pul a.

Pulga, Feira Cabisbaixa - 1965
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira

É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira

Passarinho na mao, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto

É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama

É o carro enguicado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um Belo Horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

Águas de Março, António Carlos Jobin
Canção para chamar a chuva...

Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar

Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer

Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar

Na terra dos sonhos, Jorge Palma
A luta continua

Ele são rádios, jornais, televisões... Afinal, não é só por causa dos resultados eleitorais que se fala de Avis.

quarta-feira, março 02, 2005

Protesto...

Depois de termos tido a visita de vários jornais durante a semana passada, o mais certo, é com este protesto que o «Do Castelo» anuncia, não tarda nada estar aí a TVI...

terça-feira, março 01, 2005

Eles andam intrigados...

A eleições, Avis, e «Diário de Notícias»

«A especialista em Ciência Política, Maria José Stock, tem dificuldade em encontrar explicação para a resistência comunista no concelho de Avis, embora admita que a história da vila possa ser determinante na hora do voto.
Os tempos da Reforma Agrária e a estrutura fundiária que caracterizou esta localidade, dominada pelo latifúndio, são duas hipóteses avançadas por Maria José Stock para justificar a manutenção do último bastião do PCP em Portugal.
Ainda assim, a socióloga admite ao DN a possibilidade de existirem outras explicações para a vitória comunista neste concelho do Norte Alentejano, chegando mesmo a admitir que haja uma situação de empatia da população para com as personalidades dos "líderes locais e nacionais".
Por outro lado, prossegue, "também podemos ter aqui uma situação de um fenómeno qualquer, muito importante para o concelho, onde a população considera que o PCP foi decisivo, porque lutou ao lado do povo por determinada causa."
Porque as possibilidades são muitas, Maria José Stock acrescenta à lista a hipótese da elevada taxa de envelhecimento, que caracteriza o concelho, poder "jogar" a favor do PCP. "Basta não ter havido mutação demográfica para que as pessoas se mantenham fiéis ao partido. Aqui estamos na presença de uma questão que tem mais a ver com o aspecto da solidariedade, onde as pessoas decidem não virar costas a uma força política que elas consideram que esteve ao seu lado, talves mesmo no tempo da clandestinidade."
Também o antropólogo Francisco Ramos, professor do departamento de Sociologia da Universidade de Évora e autor do livro sobre as alcunhas dos alentejanos, considera ser difícil de explicar aquele que já é conhecido como "o fenómeno de Avis", admitindo a hipótese de a CDU continuar a usufruir de um "enraizamento do Partido Comunista nesta zona".
Um facto que o sociológo alia à imagem que os eleitores têm dos líderes locais, sobretudo do próprio presidente da Câmara, e da forma como a autarquia consegue motivar esses eleitores. Contudo, ressalva que também em Arraiolos o PCP alcança grandes vitórias, quando estão em causa eleições autárquicas, acabando por ficar distante do PS nas últimas legislativas. "É por isso que eu digo que isto acaba por ser inconclusivo e muito difícil de explicar, já que, com esta situação concreta, não ficam dúvidas que cada caso é um caso", refere Francisco Ramos.»