O que é que querem, hoje estou para aqui virado. Mais política...
«Há já bem mais de 10 anos, ainda não existia o Bloco, comecei a reparar num fenómeno curioso no meio em que me movia e me movo: muitos meninos-família começaram a aproximar-se dum partido que começava a dar nas vistas, o PSR. Como isso aconteceu também ao meu maninho mais novo, interessei-me e resolvi averiguar. Cheguei na altura à conclusão que não era nem o socialismo nem a revolução nem os trabalhadores que atraíam toda aquela juventude, mais ou menos dourada. Aliás, a esmagadora maioria estava-se nas tintas para o trotskismo, nem queria saber o que era esse bicho feio. O que eu penso que verdadeiramente atraía e ainda hoje atrai toda aquela boa gente era e é aquele doce discurso libertário e desresponsabilizante. Numa altura em que pontificava a feíssima geração yuppie, a malta mais nova quis ser um bocado hippie. E onde melhor o ser do que no PSR? Aquilo ficava no Bairro Alto e tudo, a paz e o amor difundia-se pelo fumo dos charros, enfim uma delícia!»
Este é um excerto de um texto editado no «Guia dos perplexos». Quem estiver interessado tem aqui tudo.
...........................................................................................................
No «Abrupto», José Pacheco Pereira tem um texto interessantíssimo. Começa assim:
«Em quem é que eu voto? É a pergunta que mais me fazem. É a pergunta que mais me faço.»
e acaba assim.
Quem não tem dúvidas que atire a primeira pedra.
segunda-feira, janeiro 31, 2005
A minha política é o trabalho...
Eu não gosto de meter em política, mas hoje vai ter de ser. Cada um pensa como quer e pode. É claro que uns podem mais que outros. Há coisas que são simples e tranparentes para uns, mas complexas e opacas para outros. Um grupo que nos habituou a trabalhar em equipa, a fazer das fraquezas forças, a antes quebrar que torcer, a ser a voz dos oprimidos contra o Terreiro do Paço, quando chegou ao máximo do poder o que fez? Desiludiu-nos. Não por ter perdido com o Braga, mas por ter perdido a cabeça. O Porto já era...
Eu não gosto de meter em política, mas hoje vai ter de ser. Cada um pensa como quer e pode. É claro que uns podem mais que outros. Há coisas que são simples e tranparentes para uns, mas complexas e opacas para outros. Um grupo que nos habituou a trabalhar em equipa, a fazer das fraquezas forças, a antes quebrar que torcer, a ser a voz dos oprimidos contra o Terreiro do Paço, quando chegou ao máximo do poder o que fez? Desiludiu-nos. Não por ter perdido com o Braga, mas por ter perdido a cabeça. O Porto já era...
sexta-feira, janeiro 28, 2005
Receitas electrónicas no distrito de Portalegre
No «Portal Alentejano» vem uma notícia do Correio da Manhã sobre a visita do Ministro da Saúde ao distrito de Portalegre. Aqui fica a nota: «As receitas electrónicas já existem em Portugal e desde segunda-feira que são passadas no Centro de Saúde de Arronches. Ontem, este serviço arrancou no Centro de Saúde de Portalegre e foi nesta unidade que esteve o ministro da Saúde, no papel de doente.
Após uma consulta, Luís Filipe Pereira dirigiu-se à farmácia, ao computador da qual já tinha chegado a receita passada pela médica, no entanto, ao aviar a mesma,o ministro da Saúde pôde verificar que o medicamento prescrito está disponível no ficheiro dos médicos, mas não está efectivamente à venda.
Muitas falhas, pouco tempo. Esta falha é uma das várias já detectadas no programa, que deverá estar operacional em todo o distrito de Portalegre (área piloto), até fim de Fevereiro. "Situações de controle do receituário têm de ser melhoradas. Aquilo que ocorreu mostra que os ficheiros com que os médicos têm de trabalhar são os que estão efectivamente no mercado e não os autorizados", explicou ao CM João Cordeiro, da Associação Nacional de Farmácias.
Outra das correcções a fazer passa pelo aparecimento do nome e número de utente do doente na receita que chega às farmácias. Só desse modo, aliás, será possível o doente perguntar pela sua receita a partir do número de utente, como está previsto. Neste momento, esses dados não aparecem.
Até ao final do dia de ontem foram emitidas 443 receitas electrónicas, tendo 26 delas sido aviadas. Para já, o distrito de Portalegre dispõe de 33 farmácias preparadas para receber as novas receitas, ficando a faltar apenas 11. Por enquanto, a de Avis é uma delas...
No «Portal Alentejano» vem uma notícia do Correio da Manhã sobre a visita do Ministro da Saúde ao distrito de Portalegre. Aqui fica a nota: «As receitas electrónicas já existem em Portugal e desde segunda-feira que são passadas no Centro de Saúde de Arronches. Ontem, este serviço arrancou no Centro de Saúde de Portalegre e foi nesta unidade que esteve o ministro da Saúde, no papel de doente.
Após uma consulta, Luís Filipe Pereira dirigiu-se à farmácia, ao computador da qual já tinha chegado a receita passada pela médica, no entanto, ao aviar a mesma,o ministro da Saúde pôde verificar que o medicamento prescrito está disponível no ficheiro dos médicos, mas não está efectivamente à venda.
Muitas falhas, pouco tempo. Esta falha é uma das várias já detectadas no programa, que deverá estar operacional em todo o distrito de Portalegre (área piloto), até fim de Fevereiro. "Situações de controle do receituário têm de ser melhoradas. Aquilo que ocorreu mostra que os ficheiros com que os médicos têm de trabalhar são os que estão efectivamente no mercado e não os autorizados", explicou ao CM João Cordeiro, da Associação Nacional de Farmácias.
Outra das correcções a fazer passa pelo aparecimento do nome e número de utente do doente na receita que chega às farmácias. Só desse modo, aliás, será possível o doente perguntar pela sua receita a partir do número de utente, como está previsto. Neste momento, esses dados não aparecem.
Até ao final do dia de ontem foram emitidas 443 receitas electrónicas, tendo 26 delas sido aviadas. Para já, o distrito de Portalegre dispõe de 33 farmácias preparadas para receber as novas receitas, ficando a faltar apenas 11. Por enquanto, a de Avis é uma delas...
Ler Jornais é saber mais (3)
Até Amanhã Camaradas
Carlos Câmara Leme, jornalista de o PÚBLICO diz-nos na edição de hoje deste matutino que «"Até Amanhã, Camaradas", a série a partir da obra de Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal é a maior série de televisão portuguesa de sempre [com] seis episódios de 50 minutos, num total de 300 minutos, devido à complexidade do romance que envolve 140 personagens. Numa primeira fase, a série, filmada em película, esteve nas mãos do realizador Luís Filipe Rocha, autor do argumento, mas o produtor acabou por entregar o projecto a Joaquim Leitão. O realizador de "Adão e Eva", "Inferno" ou "Tentação" leu o romance "três, quatro vezes" e encontrou-se com Álvaro Cunhal. Hoje e amanhã a SIC vai transmitir os seis episódios da série, às 23h15 e 22h30, três em cada dia.
Esta ficção teve grande parte dos seus trabalhos de rodagem em Portalegre e contou com 3000 figurantes.
Para São José Almeida, também jornalista no mesmo jornal, esta «estreia eleva a níveis inéditos em Portugal os padrões do audiovisual e é uma prova de que ainda há por cá quem não esqueça a importância da memória histórica. E faça pela dignidade do seu país».
Até Amanhã Camaradas
Carlos Câmara Leme, jornalista de o PÚBLICO diz-nos na edição de hoje deste matutino que «"Até Amanhã, Camaradas", a série a partir da obra de Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal é a maior série de televisão portuguesa de sempre [com] seis episódios de 50 minutos, num total de 300 minutos, devido à complexidade do romance que envolve 140 personagens. Numa primeira fase, a série, filmada em película, esteve nas mãos do realizador Luís Filipe Rocha, autor do argumento, mas o produtor acabou por entregar o projecto a Joaquim Leitão. O realizador de "Adão e Eva", "Inferno" ou "Tentação" leu o romance "três, quatro vezes" e encontrou-se com Álvaro Cunhal. Hoje e amanhã a SIC vai transmitir os seis episódios da série, às 23h15 e 22h30, três em cada dia.
Esta ficção teve grande parte dos seus trabalhos de rodagem em Portalegre e contou com 3000 figurantes.
Para São José Almeida, também jornalista no mesmo jornal, esta «estreia eleva a níveis inéditos em Portugal os padrões do audiovisual e é uma prova de que ainda há por cá quem não esqueça a importância da memória histórica. E faça pela dignidade do seu país».
quinta-feira, janeiro 27, 2005
Amigos de Avis
O número 13 da «Águia», boletim informativo da ACA, já está nas «bancas». O tema de capa é a escola e são vários os textos sobre o tema: João Pedro Amante escreve sobre «O tempo da Escola»; Pires da Silva disserta sobre «A causa da comunidade educativa»; As relações do pais com a escola é o tema do trabalho de Justina Ceia; e Fernando Máximo dá-nos conta do que se passou no encontro de reflexão sobre «Escola/Alunos/Família» que a Associação organizou no passado dia 28 de Outubro.
No entanto há outros temas interessantes, a saber: Inês Fonseca escreve sobre a «Importância da Cor» e Ana Ribeiro fala-nos do Clube de Arqueologia de Avis. António Calhau publica um texto sobre a Cegonha Branca, e José Ramiro Caldeira escreve sobre brincar e jogar - tradição e modernidade. Marta Alexandre aborda as técnicas de pintura em madeira, no século XIV e Rui Henriques dá conta do que se passou no Avis ao Vivo. Mas, desculpem-me os autores, o melhor de tudo são os anexins de Benavila. Será que falta algum?
O número 13 da «Águia», boletim informativo da ACA, já está nas «bancas». O tema de capa é a escola e são vários os textos sobre o tema: João Pedro Amante escreve sobre «O tempo da Escola»; Pires da Silva disserta sobre «A causa da comunidade educativa»; As relações do pais com a escola é o tema do trabalho de Justina Ceia; e Fernando Máximo dá-nos conta do que se passou no encontro de reflexão sobre «Escola/Alunos/Família» que a Associação organizou no passado dia 28 de Outubro.
No entanto há outros temas interessantes, a saber: Inês Fonseca escreve sobre a «Importância da Cor» e Ana Ribeiro fala-nos do Clube de Arqueologia de Avis. António Calhau publica um texto sobre a Cegonha Branca, e José Ramiro Caldeira escreve sobre brincar e jogar - tradição e modernidade. Marta Alexandre aborda as técnicas de pintura em madeira, no século XIV e Rui Henriques dá conta do que se passou no Avis ao Vivo. Mas, desculpem-me os autores, o melhor de tudo são os anexins de Benavila. Será que falta algum?
avistt2005
Os Motards de Aviz, vão organizar no próximo dia 27 de Fevereiro o «I Passeio Para Motos e Quad's por Terras do Mestre de Avis». Como as inscrições são limitadas, convém que os interessados entrem em contacto com os organizadores, o mais rápido possível, através dos telefones 969 983 660 ou 936 025 590. Cada um dos «excursionistas» terá de pagar 15 euros, por troca de uma bucha a meio da manhã, almoço e algumas lembranças do evento. A concentração será junto às bombas de gasolina da Redil, em Avis, e os organizadores prometem 100 quilómetros de pura adrenalina. Este passeio tem o patrocínio da Câmara Municipal e o apoio da Redil, Taberna da Muralha e Alémtudo, comunicação e design.
Os Motards de Aviz, vão organizar no próximo dia 27 de Fevereiro o «I Passeio Para Motos e Quad's por Terras do Mestre de Avis». Como as inscrições são limitadas, convém que os interessados entrem em contacto com os organizadores, o mais rápido possível, através dos telefones 969 983 660 ou 936 025 590. Cada um dos «excursionistas» terá de pagar 15 euros, por troca de uma bucha a meio da manhã, almoço e algumas lembranças do evento. A concentração será junto às bombas de gasolina da Redil, em Avis, e os organizadores prometem 100 quilómetros de pura adrenalina. Este passeio tem o patrocínio da Câmara Municipal e o apoio da Redil, Taberna da Muralha e Alémtudo, comunicação e design.
Ler jornais é saber mais (I)
Os nossos leitores podem contar, a partir de hoje, com uma nova e diária (?) secção com o título acima. O que for «apanhando» nos jornais que, no meu entender, possa interessar, ou tenha a ver com a nossa comunidade vai ser aqui pespegado (gosto desta palavra...)
Com rezas não vamos lá...
Os jornais desta manhã trazem o anúncio de uma procissão de agricultores, lá para os lados de Elvas, para pedir chuva ao Senhor. Maria Antónia Piçarra disse à Lusa que já conta com o apoio de vários lavradores do distrito e que só falta a autorização do pároco de S. Vicente. A manifestação religiosa sairá desta localidade e terminará junto a uma pequena igreja, onde se realizará uma missa campal.
Infelizmente, no Instituto de Meteorologia trabalha gente de pouca fé: para eles só vai chover lá para Fevereiro.
Quem também punha as clientes a rezar era uma cidadã brasileira que se fazia passar por vidente e, evidentemente, o não era. Em Portalegre, onde tinha o «estaminé» montado, recebia as vítimas e depois de as convencer a meter umas maçarocas ou ouro num saco, punha-as a orar e trocava-lhes o saco com a indidação de que não o deviam de abrir antes do pedido se realizar.
Pôs-se a milhas com cerca de 37 mil euros e parece que agora, as suas antigas clientes, lhe andam a rezar pela pele.
Os nossos leitores podem contar, a partir de hoje, com uma nova e diária (?) secção com o título acima. O que for «apanhando» nos jornais que, no meu entender, possa interessar, ou tenha a ver com a nossa comunidade vai ser aqui pespegado (gosto desta palavra...)
Com rezas não vamos lá...
Os jornais desta manhã trazem o anúncio de uma procissão de agricultores, lá para os lados de Elvas, para pedir chuva ao Senhor. Maria Antónia Piçarra disse à Lusa que já conta com o apoio de vários lavradores do distrito e que só falta a autorização do pároco de S. Vicente. A manifestação religiosa sairá desta localidade e terminará junto a uma pequena igreja, onde se realizará uma missa campal.
Infelizmente, no Instituto de Meteorologia trabalha gente de pouca fé: para eles só vai chover lá para Fevereiro.
Quem também punha as clientes a rezar era uma cidadã brasileira que se fazia passar por vidente e, evidentemente, o não era. Em Portalegre, onde tinha o «estaminé» montado, recebia as vítimas e depois de as convencer a meter umas maçarocas ou ouro num saco, punha-as a orar e trocava-lhes o saco com a indidação de que não o deviam de abrir antes do pedido se realizar.
Pôs-se a milhas com cerca de 37 mil euros e parece que agora, as suas antigas clientes, lhe andam a rezar pela pele.
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Receitas por computador
Ainda no Público de hoje, ficámos a saber que o distrito de Portalegre foi escolhido como região piloto para a introdução de uma novidade na área da saúde. Os médicos dos Hospitais e Centros de Saúde vão deixar de passar receitas em papel...
As pessoas vão à consulta e, no final, em vez de uma mão cheia de receitas levam apenas um código com o qual se deslocam à farmácia mais próxima para levantar os medicamentos. Isto vai ser possível porque tanto as unidades de saúde como as farmácias do distrito ( cerca de 40 ) se encontram ligadas em rede, o que vai permitir ao médico introduzir no seu computador do consultório a prescrição médica e esta ficar imediatamente disponível no terminal da dita cuja farmácia.
É caso para dizer que computadores já temos, agora já só faltam mesmo é médicos e enfermeiros.
Ainda no Público de hoje, ficámos a saber que o distrito de Portalegre foi escolhido como região piloto para a introdução de uma novidade na área da saúde. Os médicos dos Hospitais e Centros de Saúde vão deixar de passar receitas em papel...
As pessoas vão à consulta e, no final, em vez de uma mão cheia de receitas levam apenas um código com o qual se deslocam à farmácia mais próxima para levantar os medicamentos. Isto vai ser possível porque tanto as unidades de saúde como as farmácias do distrito ( cerca de 40 ) se encontram ligadas em rede, o que vai permitir ao médico introduzir no seu computador do consultório a prescrição médica e esta ficar imediatamente disponível no terminal da dita cuja farmácia.
É caso para dizer que computadores já temos, agora já só faltam mesmo é médicos e enfermeiros.
Covões substitui Almadafe
As leituras matinais têm destas coisas. No Público de hoje a revelação surge nua e crua. Paulo Teixeira Pinto foi nomeado sucessor de Jardim Gonçalves, à frente do BCP Milennium. «E o que é que nós temos a ver com isso»? - pergunta o leitor e com razão: bom, é que o senhor é proprietário de um monte nos Covões, e presença regular por estas bandas, sendo visto muitas vezes, por exemplo, a «petiscar» no Montinho.
Sendo assim, o local mais «in» do concelho - a Tasca do Montinho - apesar de ir perder a frequência do actual ministro das finanças (pelo menos nessa qualidade...) acaba por ganhar com a troca. É que entre um ministro das Finanças sem dinheiro, e o presidente do maior banco português não há comparação possível...
Vejamos então como é que a Ana Sá Lopes, jornalista do Público, nos apresenta o novo banqueiro:
«O homem que, aos 44 anos, vai presidir ao maior banco privado português, foi porta-voz do governo de Cavaco Silva, quando ocupava as funções de secretário de Estado da Presidência. Nessa altura ainda era independente - filiou-se no partido depois da derrota de 1995, ano em que começa a trabalhar para o BCP. Está na primeira linha dos combates contra a regionalização (integra o movimento Nação Unida) e pelo "não" no referendo sobre o aborto.
Católico praticante, este homem de 44 anos, próximo da Opus Dei, organização católica a que também pertence Jardim Gonçalves, é uma voz singular na direita, tendo-se recusado sempre a seguir a cartilha partidária ou mesmo a "cartilha de tendência". Defende, por exemplo, a despenalização total das drogas, tendo chegado a fazer parte de uma organização anti-proibicionista, onde pontificava o psiquiatra Eurico de Figueiredo, outrora porta-voz do PS para a saúde. É uma posição fundamentada no direito individual e no combate às máfias que nascem à sombra do negócio da droga, mas admite que a sua colocação em prática não pode ser feita por países isolados.
Foi dos raros cavaquistas que apoiou Pedro Santana Lopes na sua ascensão ao cargo de primeiro-ministro. Desde esse famoso congresso do PSD de 1999 que Teixeira Pinto admitia que o PSD viesse a fazer a experiência populista e, quando chegou a hora de Santana, apoiou. Mas depressa se desiludiu: ao contrário da palavra de ordem social-democrata do momento, Teixeira Pinto defende que o Presidente da República fez bem em dissolver o Parlamento, convocando eleições antecipadas. É um feroz adversário da integração europeia e consequente perda de soberania, tendo-se destacado como opositor à constituição europeia. Neste momento, o seu grande objectivo político era a candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, da qual era um dos "homens-sombra". Resta saber até que ponto as novas funções no BCP lhe perturbarão o trajecto.
É casado com Paula Teixeira da Cruz, advogada, a dinâmica ex-vereadora do PSD na Câmara de Lisboa que entrou várias vezes em conflito com João Soares. Têm dois filhos.
As leituras matinais têm destas coisas. No Público de hoje a revelação surge nua e crua. Paulo Teixeira Pinto foi nomeado sucessor de Jardim Gonçalves, à frente do BCP Milennium. «E o que é que nós temos a ver com isso»? - pergunta o leitor e com razão: bom, é que o senhor é proprietário de um monte nos Covões, e presença regular por estas bandas, sendo visto muitas vezes, por exemplo, a «petiscar» no Montinho.
Sendo assim, o local mais «in» do concelho - a Tasca do Montinho - apesar de ir perder a frequência do actual ministro das finanças (pelo menos nessa qualidade...) acaba por ganhar com a troca. É que entre um ministro das Finanças sem dinheiro, e o presidente do maior banco português não há comparação possível...
Vejamos então como é que a Ana Sá Lopes, jornalista do Público, nos apresenta o novo banqueiro:
«O homem que, aos 44 anos, vai presidir ao maior banco privado português, foi porta-voz do governo de Cavaco Silva, quando ocupava as funções de secretário de Estado da Presidência. Nessa altura ainda era independente - filiou-se no partido depois da derrota de 1995, ano em que começa a trabalhar para o BCP. Está na primeira linha dos combates contra a regionalização (integra o movimento Nação Unida) e pelo "não" no referendo sobre o aborto.
Católico praticante, este homem de 44 anos, próximo da Opus Dei, organização católica a que também pertence Jardim Gonçalves, é uma voz singular na direita, tendo-se recusado sempre a seguir a cartilha partidária ou mesmo a "cartilha de tendência". Defende, por exemplo, a despenalização total das drogas, tendo chegado a fazer parte de uma organização anti-proibicionista, onde pontificava o psiquiatra Eurico de Figueiredo, outrora porta-voz do PS para a saúde. É uma posição fundamentada no direito individual e no combate às máfias que nascem à sombra do negócio da droga, mas admite que a sua colocação em prática não pode ser feita por países isolados.
Foi dos raros cavaquistas que apoiou Pedro Santana Lopes na sua ascensão ao cargo de primeiro-ministro. Desde esse famoso congresso do PSD de 1999 que Teixeira Pinto admitia que o PSD viesse a fazer a experiência populista e, quando chegou a hora de Santana, apoiou. Mas depressa se desiludiu: ao contrário da palavra de ordem social-democrata do momento, Teixeira Pinto defende que o Presidente da República fez bem em dissolver o Parlamento, convocando eleições antecipadas. É um feroz adversário da integração europeia e consequente perda de soberania, tendo-se destacado como opositor à constituição europeia. Neste momento, o seu grande objectivo político era a candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, da qual era um dos "homens-sombra". Resta saber até que ponto as novas funções no BCP lhe perturbarão o trajecto.
É casado com Paula Teixeira da Cruz, advogada, a dinâmica ex-vereadora do PSD na Câmara de Lisboa que entrou várias vezes em conflito com João Soares. Têm dois filhos.
terça-feira, janeiro 25, 2005
Este é que é o presidente da junta...
Com a devida vénia a Tatiana Alegria do IOL, reproduz-se aqui a entrevista ao melhor presidente de junta de freguesia do país. O Herman José que se cuide. Este é que é o presidente da Junta...
«Carlos Torres não gosta de dizer que é o melhor presidente de junta do país. Nem sequer gosta que lhe chamem presidente da junta: «Estou, não sou presidente».
A razão porque alguns defendem que este gestor é o "rei" das autarquias portuguesas é ter ganho o primeiro prémio num concurso nacional de excelência autárquica, atribuído pela Secretaria de Estado da Administração Local, em 2003. O PortugalDiário ouviu as suas explicações para esta distinção.
Qual a razão deste reconhecimento do Governo? O que fez o presidente da junta desta freguesia rural no Norte do país de tão especial?
Tive a sorte de conseguir motivar as pessoas. É fundamental trabalhar com a população. Uma coisa é os funcionários da junta fazerem um jardim e terem de o manter. Outra coisa é envolver a comunidade na feitura desse jardim e serem os habitantes a tratar dele. Nós temos uma publicação mensal (feita por mim, desde o texto às fotografias!) e tudo o que as pessoas fazem em benefício da comunidade, sai nesse jornal. E é assim que se gera a motivação, criando um certo espírito de competitividade entre as pessoas.
As pessoas trabalham de graça?
Não ganham nada. Ganham um monte de trabalho! É que não é só fazer, é preciso conservar. 50 voluntários estiveram envolvidos directamente nos projectos que transformaram lixeiras em jardins. E depois temos casos de disponibilidade pontual, em que uma pessoa ajuda a junta a alargar um caminho ou a fazer um muro.
Que mais conseguiu fazer durante este mandato?
O meu objectivo era mesmo aproximar as pessoas à junta. Disponibilizámos uma quantidade de serviços aqui na sede como um fax, acesso à internet, pagamento de impostos, fotocópias e a prática de actos notariais. Também vamos instalar uma caixa de multibanco aqui na junta, que foi uma luta, porque é difícil convencer um banco que se justifica vir para tão longe fazer os carregamentos.
E fizemos muito no que toca ao alargamento dos caminhos: Santa Leocádia é uma freguesia com 750 hectares e com um terreno muito montanhoso. Quando cheguei havia caminhos onde não passava uma ambulância. Isso passou a ser uma excepção. Claro que ainda existem muitos problemas na freguesia. Não existe rede de saneamento e a recolha de lixo não chega a mais de metade das pessoas.
E dinheiro para pagar isto tudo?
Sou um "coca-bichinhos"! Estou sempre a esgravatar para ver onde posso ir buscar mais um pouquinho de dinheiro. Até se consegue dinheiro para se fazer as coisas com apoios do Governo e através de protocolos assinados com a Câmara. Uma das vantagens do prémio de excelência autárquica é que a comparticipação do Estado nos vários projectos passa de 50 para 70 por cento.
Mas ser presidente da junta com uma população de 1500 pessoas é como gerir uma grande empresa. É preciso estar sempre à procura de oportunidades. Por exemplo, o corte de árvores dos baldios da junta rendeu perto de cem mil euros. Parte desse dinheiro vai para o combate aos fogos e parte vai para alargar mais caminhos.
Mas a junta não conta com nenhum dinheiro certo?
As receitas de uma junta de freguesia são poucas: 500 euros por ano pelas licenças de cães e outros 500 euros de declarações e atestados. Do Governo, no nosso caso, recebemos seis mil euros de três em três meses. E depois temos os protocolos com a Câmara, que dependem muito dos executivos autárquicos. Não são garantidos.»
Afinal de contas, até nem é difícil... Manel
Com a devida vénia a Tatiana Alegria do IOL, reproduz-se aqui a entrevista ao melhor presidente de junta de freguesia do país. O Herman José que se cuide. Este é que é o presidente da Junta...
«Carlos Torres não gosta de dizer que é o melhor presidente de junta do país. Nem sequer gosta que lhe chamem presidente da junta: «Estou, não sou presidente».
A razão porque alguns defendem que este gestor é o "rei" das autarquias portuguesas é ter ganho o primeiro prémio num concurso nacional de excelência autárquica, atribuído pela Secretaria de Estado da Administração Local, em 2003. O PortugalDiário ouviu as suas explicações para esta distinção.
Qual a razão deste reconhecimento do Governo? O que fez o presidente da junta desta freguesia rural no Norte do país de tão especial?
Tive a sorte de conseguir motivar as pessoas. É fundamental trabalhar com a população. Uma coisa é os funcionários da junta fazerem um jardim e terem de o manter. Outra coisa é envolver a comunidade na feitura desse jardim e serem os habitantes a tratar dele. Nós temos uma publicação mensal (feita por mim, desde o texto às fotografias!) e tudo o que as pessoas fazem em benefício da comunidade, sai nesse jornal. E é assim que se gera a motivação, criando um certo espírito de competitividade entre as pessoas.
As pessoas trabalham de graça?
Não ganham nada. Ganham um monte de trabalho! É que não é só fazer, é preciso conservar. 50 voluntários estiveram envolvidos directamente nos projectos que transformaram lixeiras em jardins. E depois temos casos de disponibilidade pontual, em que uma pessoa ajuda a junta a alargar um caminho ou a fazer um muro.
Que mais conseguiu fazer durante este mandato?
O meu objectivo era mesmo aproximar as pessoas à junta. Disponibilizámos uma quantidade de serviços aqui na sede como um fax, acesso à internet, pagamento de impostos, fotocópias e a prática de actos notariais. Também vamos instalar uma caixa de multibanco aqui na junta, que foi uma luta, porque é difícil convencer um banco que se justifica vir para tão longe fazer os carregamentos.
E fizemos muito no que toca ao alargamento dos caminhos: Santa Leocádia é uma freguesia com 750 hectares e com um terreno muito montanhoso. Quando cheguei havia caminhos onde não passava uma ambulância. Isso passou a ser uma excepção. Claro que ainda existem muitos problemas na freguesia. Não existe rede de saneamento e a recolha de lixo não chega a mais de metade das pessoas.
E dinheiro para pagar isto tudo?
Sou um "coca-bichinhos"! Estou sempre a esgravatar para ver onde posso ir buscar mais um pouquinho de dinheiro. Até se consegue dinheiro para se fazer as coisas com apoios do Governo e através de protocolos assinados com a Câmara. Uma das vantagens do prémio de excelência autárquica é que a comparticipação do Estado nos vários projectos passa de 50 para 70 por cento.
Mas ser presidente da junta com uma população de 1500 pessoas é como gerir uma grande empresa. É preciso estar sempre à procura de oportunidades. Por exemplo, o corte de árvores dos baldios da junta rendeu perto de cem mil euros. Parte desse dinheiro vai para o combate aos fogos e parte vai para alargar mais caminhos.
Mas a junta não conta com nenhum dinheiro certo?
As receitas de uma junta de freguesia são poucas: 500 euros por ano pelas licenças de cães e outros 500 euros de declarações e atestados. Do Governo, no nosso caso, recebemos seis mil euros de três em três meses. E depois temos os protocolos com a Câmara, que dependem muito dos executivos autárquicos. Não são garantidos.»
Afinal de contas, até nem é difícil... Manel
terça-feira, janeiro 11, 2005
«Maranhão 2004» a explicação necessária...
Julgo que não servirá de nada dizer que tive com varicela e depois duas otites apanharam-me o juízo e, por via disso, não tive disposição para voltar ao blog.
É evidente que o «Desabafos» tem toda a razão: dez dias para votar – ainda por cima sem direito a campanha eleitoral – é muito pouco tempo. Assim, é desde já aceite a sugestão do Poolman e as urnas vão permanecer abertas até ao fim deste mês. Até porque a cifra de 30 eleitores está ainda muito longe de ser atingida. Afinal, parece que o pessoal gosta mesmo é de dizer mal. Quando se trata de nomear alguém pela positiva, cala-se tudo... ou então não há ninguém para nomear. Nem sequer os autores dos blogs e portais cá do sítio se dignaram a mandar uma boca!
Eu sei que os anarcas diziam que «se o voto é a arma do povo, não votes que ficas desarmado», mas aqui não estamos em guerra... Manel
Julgo que não servirá de nada dizer que tive com varicela e depois duas otites apanharam-me o juízo e, por via disso, não tive disposição para voltar ao blog.
É evidente que o «Desabafos» tem toda a razão: dez dias para votar – ainda por cima sem direito a campanha eleitoral – é muito pouco tempo. Assim, é desde já aceite a sugestão do Poolman e as urnas vão permanecer abertas até ao fim deste mês. Até porque a cifra de 30 eleitores está ainda muito longe de ser atingida. Afinal, parece que o pessoal gosta mesmo é de dizer mal. Quando se trata de nomear alguém pela positiva, cala-se tudo... ou então não há ninguém para nomear. Nem sequer os autores dos blogs e portais cá do sítio se dignaram a mandar uma boca!
Eu sei que os anarcas diziam que «se o voto é a arma do povo, não votes que ficas desarmado», mas aqui não estamos em guerra... Manel
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